sexta-feira, 18 de maio de 2012

MPPE decide hoje sobre pedido de proibição da Marcha da Maconha do Recife

Fonte: Diário de Pernambuco

O impasse sobre a realização da Marcha da Maconha, prevista para o próximo domingo, no Recife, deve acabar hoje. Até as 12h30, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai decidir se pedirá a proibição do ato na Justiça. O MPPE vai analisar uma representação enviada pela Frente Parlamentar em Defesa da Família, da Assembleia Legislativa de Pernambuco. No documento, o grupo de deputados estaduais definiu o ato como inconstitucional e pediu a proibição da marcha, marcada para acontecer na Rua da Moeda, Bairro do Recife, às 14h. O protesto a favor da descriminalização da droga vem sendo realizado desde 2008. Em 2011, um pedido semelhante foi feito pelos deputados, mas o MPPE não chegou a pedir a proibição do movimento.

Segundo o deputado estadual Adalto Santos (PSB), quatro parlamentares encabeçam o pedido. O documento foi enviado ao MPPE no último dia 7. “Entramos com a representação duas semanas antes da realização do evento, pois no ano passado, por termos enviado quatro dias antes, o pedido não foi aceito”, explicou. A frente parlamentar, liderada pelo deputado Cleiton Collins (PSC), argumenta que a realização da marcha iria de encontro ao programa de combate às drogas do governo federal.

“A maconha é a porta de entrada para outra drogas, como o crack. Esse tipo de evento, que faz apologia a uma droga que faz mal, só leva o nosso estado a uma decadência maior. É um problema muito maior do que imaginamos. A droga está em todas as classes sociais”, defendeu Adalto Santos.

Ao contrário dos anos anteriores, a frente parlamentar decidiu pela não realização da Marcha da Família, evento paralelo à Marcha da Maconha. “Não queremos que a população pense que estamos entrando em rivalidade. Vamos deixar a realização do evento para outro momento. O que queremos é coerência”, disse o deputado.

Debate

Para os defensores da Marcha da Maconha, a passeata não faz apologia ao entorpecente, mas acontece por uma necessidade de fazer a sociedade debater o tema. “Difundimos não o uso da maconha como uma droga, mas a percepção da possibilidade de uso médico e terapêutico da erva. A maconha é uma erva como muitas outras, com muitas funções. Dentro da marcha, por exemplo, ninguém fuma. É uma passeata tranquila”, explicou o produtor cultural João Lucas Amorim, 35 anos. O MPPE não se pronunciou sobre o assunto.


A Marcha da Maconha está prevista para acontecer em 37 cidades brasileiras. No próximo domingo, o evento também será realizado em Natal (RN), Aracaju (SE), Atibaia (SP) e Jundiaí (SP).

Do Diario de Pernambuco

Um comentário:

  1. A Frente Parlamentar pela família quer contrariar uma decisão do stf! hahahah. "argumenta que a realização da marcha iria de encontro ao programa de combate às drogas do governo federal". me parece que alguém ainda está num estado totalitarista, no qual nada pode ir de encontro ao programa do governo.

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